Se não conhecem, deveriam...
A inquietude da alma enfeitiçada que se põe em eterno sonhar
Feitiço inebriante que cega e nos faz julgar ser impossível amar
Somos e nos tornamos quem somente aspira por ilusões
E na vida quem apenas em sonho permite-se ás emoções
O feitiço que nos enlaça e faz de nós joguetes do destino
Quando a vida é feita do imprevisível ou mesmo desatino
Que o presente é o instante que vivemos
Não o presente que meramente sonhamos
A impossibilidade reside em nossas mentes
Fazendo-nos galgar por caminhos dementes
Enquanto a realidade nos assola fazendo-se gritar
Pedindo-nos que despertemos para viver e contemplar
O real se exibe à nossa frente, mas somos cegos da demência
O feitiço que inebria a mente cobre os olhos que pedem clemência
Pois conhecem a existência da vida
Só estão cegos por insistência de nossa lida
O céu quase sempre azulado cujo Sol se irradia
O luar que sempre nos presenteia ao findar de cada dia
São magníficas pinturas reais de vida e pura magia
As quais não enxergamos por sonharmos em demasia
Peço-lhe então, suplico se preciso for
Segure minha mão, deixemos de vagar pelo amor
Vivamos enfim o sentimento sonhado
Contemplemos assim o real e de sonhos só um punhado
Sou real, sou corpo e mente, seu possível porto
E se for para embriagar-me que seja em seu corpo
Se for para sonhar que seja dos seus beijos
Se for para me enfeitiçar que seja somente por desejos
Permita-se mergulhar junto a mim
Adentrar no sonho o amor sem fim
Viver do amor e do sonho lhe trazer enfim
Navegar no oceano da vida que está para você e para mim
Aceitemo-nos sem mais fantasias
Fazei de mim na vida nostalgia
Pois se temos que viver a vida
Que seja de amor em demasia
E que viver não seja apenas sonhar
Que a dor não nos oprima de amar
Se for para doer que doa por tentar
Não por viver de sonhos sem se arriscar