Alguns escritos trazem por certo outras vivências
Vindas de outras conquistas e diferentes existências
Por vezes escreve-se de vidas que não as nossas
Conquistas não minhas tampouco suas, mas essências
Trajetórias percorridas por intensa vida
A conquista de outrem que um poeta apenas assimila
Traz para seus escritos as passagens doutra lida
Com valores em verdade da poesia e sua sina
No entanto, alguns escritos vêm de dentro
Vem do mesmo que as dita faz dele o centro
São de palavras vivas e verdades infinitas
São de admiração clara vezes desmedidas
É certo duvidar de uma palavra e sua ocultes
Ainda mais se na vida por vezes não se teve delas lucidez
A paixão temerária que vem e vai depressa
O amor confesso que chega e logo é ele quem dispersa
Não existe forma semântica de se ver a sinceridade
Visto que palavra alguma tem verdade em totalidade
Da retórica não se pode ter esboço algum
Olhe nos olhos e verás que não é o olhar comum
Mesmo que não tenha o hábito de observar
Desconheça as particularidades de um olhar
Lembre-se do olhar de uma criança
Que lhe pede a mão com olhar de esperança
O Amor tem seu tempo
Não me ame tão cedo
E nem tão quanto me odeie
Apenas segure em minha mão e não me abandone
Seja uma amiga e não me traia
Seja companheira e me acompanhe
Assim quando merecer seu amor irá me conceder
E quando menos esperar vera que para todo o sempre irei lhe amar...
Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação.
(Mário Quintana)