Cansado, exausto e descompromissado
Com medo, assustado amedrontado
Felino acoado, escondido em sombras, silencioso
Olhos brilhantes, coração palpitante, receioso
Pelas sombras acolhido, pelas dores vestido
Criando uma cela, ludibriando o tino
Criando cascas, proteções, vestindo a casa
Proibindo sonhos, esperanças e podando asas
Enfim, de coração ainda exaurido
Desisto, e novamente me permito
Posso suportar não me amar
Suporto a dor de não me aceitar
Mas nada posso com meu sincero amar
Não posso me esconder do amor que quis lhe dar
Meu amor, pode não me amar e não me aceitar
Mas confesso, meu amor não posso matar
Serei o amante que não pôde contigo estar
Mas serei eu mesmo nesta dor de não poder te amar
Contudo, transvestir-me do obscuro
É negar a mim mesmo o amor que mais tive como puro
Assim sendo, desejo a ti minha amada toda felicidade
Serei apenas aprendiz da palavra, e a ti desejo a liberdade
Sonharei muito ainda com seus beijos
Domarei a cada dia meus desejos
Serei eu mesmo, mesmo em sofreguidão
Enfrentarei bravamente a minha esta solidão
Tentarei domar a falta que me faz a toda noite
Mas não serei o que não sei ser, manterei meu semblante
Lembre-se apenas do amor que lhe doei
O suficiente para este plebeu sentir-se rei
Não escrevo para esquecer do meu sentimento
Escrevo para dizer que ainda te amo, não houve firmamento
Posso parecer o ser mais fraco que conhece
Mas é o sentimento e o amor o que a mim apetece
Serei fraco diante do sentimento que tenho
Mas não serei covarde diante deste meu sentimento
Amo você...